conscientização

VÍDEO: no dia mundial do AVC, pacientes contam histórias de superação

Camila Gonçalves

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Caroline teve AVC aos 26 anos e dribla as sequelas da doença dia a dia

Esta quinta-feira, 29 de outubro, é o Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), doença que mais mata no Brasil e a que mais causa incapacidade em todo o mundo. O AVC pode deixar sequelas como alterações motoras, alterações da fala, visuais ou cognitivas


Conforme a médica especialista em neurorradiologia intervencionista diagnóstica e terapêutica Daniela Teixeira, 70% das pessoas que têm um AVC não retornam para o trabalho e 50% ficam dependentes de outras pessoas nas tarefas do dia a dia.

À frente do Instituto de Radiologia Vascular (IRV), Daniela e equipe (foto abaixo) participam de uma ação de conscientização conduzida mundialmente pela World Stroke Organization. A campanha foca no movimento como forma de prevenção à doença. Por conta da pandemia, as atividades são virtuais e incentivam principalmente a dança.

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Exercícios físicos e alimentação saudável são aliados na prevenção do AVC. Além disso, evitar o cigarro, álcool, drogas e estresse é essencial. Também são considerados fatores de risco hipertensão, diabetes, colesterol alto, doenças cardíacas e o uso do anticoncepcional.

- Como 90% dos casos de AVC isquêmico poderiam não ter ocorrido se houvesse o controle dos fatores de risco, podemos dizer que a principal forma de prevenção do AVC é a prevenção desses aspectos - explica a médica.

INCIDÊNCIA
Apesar das chances de ter um AVC aumentarem com o avanço da idade, segundo a especialista, a doença é cada vez mais comum em adultos jovens. Neste público, as causas podem ser diferentes dos tradicionais fatores de risco. Entre elas figuram enxaqueca, o uso de contraceptivos orais, o consumo de drogas, a gravidez e o puerpério.

AVC NA JUVENTUDE
Caroline Pistoia, tinha 26 anos quando sofreu um AVC.

- Eu estava numa festa e apaguei - conta.

Levada para atendimento médico, a primeira suspeita da equipe médica é que ela estivesse embriagada. O namorado, que estava com ela, explicou que a jovem não estava bêbada e nem havia consumido drogas.

Por meio de uma tomografia, os médicos verificaram que ela tinha sofrido um AVC isquêmico com a oclusão de três artérias do cérebro. Na noite em que teve o AVC, os médicos desobstruíram uma das artérias e, no dia seguinte, outra.

A médica Daniela Teixeira, que fez a segunda intervenção explica que, se o procedimento não tivesse sido feito, Caroline provavelmente não teria sobrevivido ou teria ficado com muitas outras sequelas.

Caroline lida com a dificuldade de produzir a linguagem, conhecida como afasia, e problemas motores. Embora consiga caminhar sozinha, não consegue operar a mão direita. Mesmo com as limitações, ela e a mãe, a comerciante Mara Joice Silveira Pistoia, 52 anos, explicam que todas as funções executadas hoje foram conquistadas com muito esforço.

A jovem, hoje com 28 anos, passa por terapias diárias com fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e já tentou técnicas como a neuromodulação, uma estimulação transcraniana feita com aplicação não invasiva de uma corrente elétrica, e a contenção induzida, outro tratamento que isola um dos lados do corpo para estimular os movimentos do lado contrário.

- Essa força que ela tem é muito grande. A fonoaudióloga diz que, pelo mapeamento da tomografia, a região responsável pelo domínio da escrita dela seria totalmente afetada, e ela consegue escrever - conta Joice.

Segundo a mãe, a busca de respostas para a ocorrência da doença em uma jovem de 26 anos, que tinha uma alimentação saudável e praticava exercícios, levou a família a diversos especialistas. Caroline também foi submetida a exames, como o ecocardiograma transesofágico, utilizado para analisar a anatomia cardíaca e possíveis malformações, e de predisposição à trombofilia.

 - Fomos até São Paulo para achar a causa. O que sabemos é que pode ter sido a pílula (anticoncenpcional) ou o estresse - diz Joice.

Na época, Caroline havia concluído a faculdade de Administração, fazia especialização na área, cursava Direito e estudava para o exame da OAB.

- Ela tinha uma vida muito regrada, fazia os trabalhos com antecedência. Era tudo "para ontem". Eu noto que agora ela deixa mais o tempo passar, a vida correr. Às vezes ela até diz para eu me acalmar - recorda a mãe.

Hoje, trabalha em um escritório de advocacia e diz que a doença trouxe "leveza" à vida dela.

- Vejo a vida muito melhor, passei a rir mais e não levar as coisas tão a sério - conta Caroline.

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LIVRE DAS SEQUELAS
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Em agosto do ano passado, a servidora pública Nivea Glaucia Pase Antunes (foto ao lado), 48 anos, sentiu dores ao redor do ouvido. Passados alguns dias, notou a dificuldade de segurar o sabonete no banho. No mesmo dia, perdeu o equilíbrio e sofreu uma queda. Moradora de Cacequi, ela foi atendida no hospital da cidade, onde a equipe identificou o quadro de AVC, e a encaminhou para o Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo em Santa Maria.

Lá, passou por uma trombectomia, que é a retirada do coágulo da artéria, e ficou internada na UTI neurológica por 10 dias. Conforme a doutora Daniela, graças ao procedimento, a servidora se recuperou e hoje vive sem sequelas.

- No começo, caminhava puxando a perna, perdi um pouco a força do braço. Hoje, depois de várias sessões de fisioterapia, já carrego peso, consigo fazer tudo que fazia antes, só tenho dificuldades para escrever, por exemplo - relata Nívea.

Assim como Caroline, Nívea também levava uma vida saudável. Ela atribui a doença ao estresse, já que na época estava realizando uma reforma de ampliação da casa, o que envolvia muitos gastos. Hoje, continua se alimentando bem, adotou a prática de caminhadas e procura evitar situações de estresse.

DIA MUNDIAL DO AVC

O QUE É?

  • O AVC, é a sigla para Acidente Vascular Cerebral, que ocorre quando uma artéria responsável por levar sangue ao cérebro entopem ou se rompem, de forma aguda, ocasionando um dano do tecido cerebral, muito conhecido como "derrame cerebral".

QUAIS OS TIPOS DE AVC?

  • Isquêmico - Quando uma artéria do cérebro fecha ou entope, impedindo que o sangue circule nessa área do cérebro, ocorrendo falta de oxigênio e glicose para as células do cérebro. Corresponde a 85% dos casos de AVC
  • Hemorrágico - Quando uma artéria do cérebro se rompe, causando uma hemorragia cerebral. As causas mais comuns do AVC hemorrágico são as mal formações vasculares, entre elas o aneurisma cerebral

QUAIS AS CAUSAS?

  • A pressão alta, o diabetes, o fumo, o sedentarismo, as gorduras no sangue, obesidade, estresse, álcool e drogas, uso de anticoncepcionais, aumentam o risco de um AVC

QUAIS OS SINTOMAS?

Os sintomas do AVC são de início súbito e podem ser:

  • Fraqueza de um lado do corpo
  • Dificuldade pra falar
  • Perda de visão
  • Perda da sensibilidade de um lado do corpo
  • Paralisia de um lado do corpo
  • Alteração para falar ou para entender
  • Alterações visuais
  • Desequilíbrio e tonturas
  • Alteração no nível de consciência

DICAS PARA PREVENIR:

  • Não exagere no sal
  • Aumente o consumo de frutas e vegetais
  • Verifique a pressão de tempos em tempos
  • Se for diagnosticado com pressão alta, tome as medicações todos os dias
  • Evite doces e carboidratos em geral
  • Escolha uma atividade física que lhe deixe feliz
  • Faça uma rotina semanal de treinos
  • Faça checkups anuais para verificar os níveis de colesterol e com o cardiologista
  • Evite cigarro, álcool e drogas
  • Se presenteie, todos os dias, com um horário reservado para você fazer coisas que lhe tragam prazer e alegria
  • Se o estresse for muito alto, pratique técnicas como a meditação
  • Cuidado com o uso de anticoncepcional, pois ele pode contribuir com o surgimento de AVC, principalmente se associado ao fumo, hipertensão arterial ou enxaqueca

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